Vivemos numa era em que as oportunidades académicas
e profissionais estão, mais do que nunca, ao alcance da
maioria das mulheres e, no entanto, uma larga fatia da população
feminina continua a sofrer com problemas de autoconfiança.
Mais do que nos homens, a auto-estima das mulheres começa
a sofrer “alfinetadas” logo na infância. As meninas aprendem
a vestir-se e a comportar-se de forma a serem
aceites pelo grupo de pares e para atrair
a atenção dos rapazes. Se, ao longo do
desenvolvimento emocional, as opiniões
dos outros continuarem a dominar, as raparigas aprendem a
adaptar-se aos gostos dos outros, perdendo a sua identidade.
Este é meio caminho para uma vida de infelicidade,
dificuldades profissionais e relacionais.
É também uma das razões por que, genericamente,
as mulheres são menos felizes do que os homens.
As mulheres com falta de auto-estima
têm mais dificuldade em estar sozinhas,
em tomar decisões, definir limites,
traçar e alcançar metas e desfrutar de
relacionamentos íntimos.
Além disso, estão mais vulneráveis ao aparecimento de
depressões, vícios e disfunções sexuais.
Felizmente, é possível promover a auto-estima e aumentar
a capacidade de perceber as próprias habilidades e
competências. À medida que a auto-estima cresce,
cresce também a criatividade, a ambição,
a saúde física e emocional e a resiliência
(capacidade para se reerguer depois das adversidades).
Uma mulher com a auto-estima elevada
é capaz de reconhecer o seu valor
de forma realista, positiva,
do mesmo modo que é capaz de
reconhecer os seus defeitos e limitações.
Esta percepção não é determinada por comparações com
terceiros nem depende da aprovação dos outros.
É a satisfação pessoal, que não é baseada na beleza,
no talento, na inteligência, no estatuto social ou na popularidade.
Trata-se de ser capaz de dizer a si mesma
“Eu tenho valor e mereço ser amada”.
O valor de uma pessoa não pode
ser baseado na sua beleza ou naquilo
que alcança ao longo da vida.
E a prova é que há mulheres que são admiradas
socialmente, que atingem o sucesso profissional e
financeiro e, ainda assim, vivem com falta de auto-estima.
Sem auto-estima, assim que uma relação amorosa termina,
a pessoa perde a confiança, perde a noção do seu valor.
Pelo contrário,
uma pessoa com a auto-estima elevada tem
consciência do que vale, independentemente dos
eventos por que passa.
Compete a cada pessoa determinar os princípios que a norteiam
e aquilo que dá sentido à sua vida, sendo absolutamente
honesta consigo mesma. Isto implica conhecer-se a si mesma,
gostar de si.
Não importa o que os outros pensam –
a auto-estima é construída com
base naquilo que cada pessoa pensa acerca de si mesma.